Acéfalos: outubro 2006

sexta-feira, outubro 27

O drible contra a Morte Parte IX

A religião é uma das formas de aprisionamento da alma criativa e é a universidade da covardia.

Tudo se resume no pecado, e na perda do paraíso. A começar por nascermos pecadores, por conta dos pecados dos pais (Adão e Eva).

Quero descrever aqui a necessidade do crente (de qualquer religião) em culpar.
Para que haja o ato de culpar, existe a necessidade de alguém errar.
Para que alguém erre é necessário haver regras.

Se as regras são fáceis de serem cumpridas, cria-se regras mais rígidas. (Queimem as bruxas, amarre o demônio dentro da televisão, do não cumprimento do seu karma)

A religião existe pela necessidade narcísica da importância individual no universo e do amor. Para conseguir o amor do Deus punitivo é necessário pagar as penitências.

As penitências advém exatamente da culpa já descrita acima e aí chegamos num ponto importante: Será que tudo que ocorre em nossas vidas é decorrente de um culpado. Não temos controle de uma gama de coisas em nossas vidas. Fora o fato de sermos induzidos a falhar a todo momento por conta de sermos um ser desejante.

A religião condena o desejo, devemos negar nossa natureza para não pecarmos e garantirmos o "paraíso". As religiões ocidentais são anti naturais por esses motivos.

A noção e "paraíso" e "inferno" também nos parece bastante falhas. As descrições que temos sobre esses lugares sobrehumanos tem maior relevância na bíblia e nas descrições da Divina Comédia.

O que percebo é que tanto o "paraíso" como o "inferno" são lugares desprovidos de diversidade.

Quem chegar no "inferno" sofrerá eternamente. Se você sofre constantemente, o sofrimento perde intensidade até a inércia/monotonia. Quem chegar no "paraíso" encontrará um sentimento de felicidade, essa felicidade passará pelo mesmo processo que descrevi para o "inferno". Para ambos a eternidade nesses locais se tornará insuportável, pois a natureza humana necessita de desafios, de sofrimentos, alegrias e essa diversidade fica impossível na configuração que igreja impõe como realidade "além vida".

Nosso Perdão

Os pecados dos pais
Os nossos pecados
Deixamos os outros em paz
E nos sentimos culpados

Os pecados dos filhos
Filhos de Deus
O Pai também é filho
Deus é filho do Ateu
Que não acredita
Não se purifica
Não cria

Para purificar: Penitência
Nos martirizamos até perder o sentido da culpa

Somos todos pobres diabos
Presos
Com medo do inferno
Na culpa o inferno é o nosso lar
É o nosso corpo
A nossa mente
Com medo de sofrer
(1993)

quarta-feira, outubro 25

Acomodados em seus papéis

Pior do que o candidato presidente se recusar a ir em debate é ter que aguentar, além do horário político, um debate por dia com os candidatos repetindo a mesma ladainha.

O primeiro impacto dos debates foi até interessante. Vimos um Alckmin artificial e um Lula vacilante. Agora virou "feijão com arroz". Todo dia eles estão batendo papo.

Pontos interessantes:

Após o "gancho de direita" que o Alckmin deu em Lula no 1° round, quem perdeu na realidade foi o próprio Alckmin. Aliás, quanto mais o povo compara suas figuras, maior a diferênça nas pesquisas. Se eu fosse o Alckmin pararia de ir aos debates.

Distribuição de renda: Lula aumentou o investimento às classes mais baixas em níveis astronômicos. Não que isso aumente o crescimento sustentável dos miseráveis, pois se cortarem a Bolsa Família, tudo volta como era antes, não se investiu na infra estrutura. Mas o povo nordestino, como de costume, é eternamente grato com aqueles que os ajudam, e portanto, como uma ação de "coronel" Lula se sagrou vencedor no Brasil dos esquecidos.

Concentração de renda: Com um discurso tecnocrata Alckmin arregimentou sua base de votos no Brasil dos incluídos e cosmopolitas. No entanto seu artificialismo, falta de firmeza (vide PCC) e contradições no programa de governo no governo* o tornaram um competidor sem resistência.

Domingo vote Nulo. Nenhum desses candidatos ganharam merecimento para estar no planalto. Nenhum dos candidatos tem plano de futuro para nos transformar em país desenvolvido.

* Quanto ao défict da Previdência: Disse que acabaria com o rombo, mas na hora de explicar como, disse que demoraria 30 anos!!! Quanto a diminuir os gastos: disse que 34 ministérios é um absurdo, mas disse que criará uma nova SUDENE e outros ministérios simplesmente fundiriam em outros (o que não causa diminuição na folha de pagamento)!

terça-feira, outubro 10

Embate nas Infinitas Terras

"Oh!!!"
Esse foi o comentário geral após o "debate" entre os candidatos à presidência do Brasil.

Fatos inéditos:

* Geraldo "Picolé de Chuchu" Alckmin, esquentou. Está mais para pimenta malagueta. Apesar do tom de voz dele ainda dar sono em muita platéia. Mas tá! aprendeu a brigar, chamou o presidente do país de "mentiroso" e "mau caráter" na cara dele.

* Luiz Ignóbil "Lula Molusco" da Silva, falou em público pela primeira vez sem ler as frases: "Para eu fazer..." e "No Brasil, hoje, tem menos pobreza". Nunca antes havia visto ele falar tão corretamente o português sem ler.

* É a primeira vez que um presidente em exercício participa de um debate como candidato.

Fatos corriqueiros:

* A mídia ficou tentando convencer o povo de que o Alckmin ganhou o debate. Ganhou em quê?. Noblat disse que se fosse boxe a decisão foi 2 a 1 para o Alckmin. A mídia esquece que numa luta que termina por pontos no boxe, ambos foram vencedores e perdedores. Perdedores pois sangue foi derramado dos doisa lados, e vencedores pois ambos terminaram a luta de pé.

* Todo debate tem a oposição colocando o dedo na ferida do adversário.

* O PSDB se comportou como PSDB e o PT se comportou como PT.

Pontos Máximos:

* Alckmin: "É muito triste ver o presidente do meu país mentindo"

* Lula: "Vocês já privatizaram tudo! Quando não restar mais nada, o que vocês vão vender: A Amazônia?"

Pontos Fracos:

* Alckmin: Quanto a diminuição da maioridade penal: "Sou contra. para muitos juristas, a maioridade penal de 18 anos é cláusula pétrea da Constituição."

* Lula: Quanto à Bolívia: "É muito fácil fazer a bravata que o Bush fez. Se o Bush tivesse bom senso, como eu tenho, não teria havido a guerra do Iraque. Ele teria acreditado no brasileiro que negociava, saberia que não havia arma química e, então, agora estaria tranqüilo. Ele foi avisado e poderia ter ouvido o conselho do Brasil, da França, da Alemanha, mas não seguiu porque pensava que nem você, Alckmin, e fez uma barbárie dessas".
"

The Day After:

* Alckmin: "Só mostrei a indignação do povo". "Não fiquei nervoso não, até dormi bem à noite".

* Lula: "O debate foi entre o candidato que quer o governo do povo contra o candidato que quer o poder para os ricos". "Toda aquela atitude do Alckmin foi encenada"

Conclusão Final:

O povo não ganhou nada com o Embate. As propostas de governo foi relegada à mero detalhe para romper com a blindagem do Lula junto ao partido ou colar a imagem do Alckmin ao atraso do governo FHC.

Quem ganhou mesmo foi a mídia que explorou ao máximo a briga entre os dois. Mesmo assim, não teve o mesmo brilho dos debates entre o Brizola, Covas e Maluf no passado.

segunda-feira, outubro 2

Os parasitas acordam e o povo vota sem saber em quê!

Lula se sentiu tão senhor da situação que não quis dar satisfações para ninguém, nem comparar seu programa de governo com os demais candidatos.

No início da semana em entrevista à CBN disse que era Phd em debates e que não iria se expôr à baixaria dos opositores, pois os mesmos não iam para falar de programa de governo.
Se é tão Phd assim, porque não foi? Porque não mostrou toda a sua versatilidade política e não enfrentou os candidatos e demonstrou que é melhor do que eles.

Seu pecado teve uma punição severa, a perda de 4% dos eleitores. E não adianta culpar a imprensa. O povão quer que o presidente seja macho, de "saco roxo"! Nem que tenha que puxar da peixera como o corisco alí do lado, mas não pode arregar.

O que de diferente poderia acontecer? Se perguntassem sobre mensalão, era responder que o MP está investigando. Se perguntassem de dossiê, rebate dizendo que o conteúdo incrimina tucanos. Se perguntassem sobre crescimento do país, discurse sobre a recessão de FHC e sobre a queda do risco país.

Lula se consagrou como teimoso, covarde, culpado e ignorante. Perdeu a chance de fazer um governo lendário durante 3 anos e meio e agora perdeu a chance de se reeleger mesmo à meio aos escândalos

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Quando o Lula falou que a mídia estava fazendo golpismo na véspera das eleições não foi mentira.
A história do Dossiê não foi revelada como deveria. Ficaram remoendo a questão da foto do dinheiro, mas ninguém mostrou o conteúdo do Dossiê.
A imprensa investiga o que lhe convém e como já havia escrito anteriormente, farão de tudo para eleger Alckmin.

Retrato do arauto do atraso e do neo liberalismo, do retorno dos parasitas podres da política. Mas o editam num fotoshop de forma a mostrar um anjo e um poço de competência.
De Alckmin a mídia esconde o superfaturamento do rodoanel, construção de dezenas de penitenciárias e abandono do pobre e do cidadão de bem. Ninguém mais fala do PCC!! Ninguém fala que o rebelado da FEBEM há 10 anos é o marginal que mata nossos policiais!!

E quando a imprensa mostra o resultado da eleição, mostra assim:
Fonte: http://placar.eleicoes.uol.com.br/2006/sp/index.jhtm