Acéfalos: Filósofos discutem pensadores discutindo sobre Nietzsche

segunda-feira, outubro 4

Filósofos discutem pensadores discutindo sobre Nietzsche

Uma análise sobre um fórum de Nietzsche sobre o vídeo abaixo:
Um vídeo que suscitou discussões filosóficas, raciais, sobre toletrancia e muito além

http://www.youtube.com/watch?v=wT5zb1KrbW8

Segue pontos principais e publicaveis da discussão:
Achei muito rico, Espero que dê para entender...

E.M.
Essa coisa de criticar a obra de determinado autor porque é ele (o autor) que fala nela, ou seja, que Nietzsche condena o cristianismo porque é oriundo do medo, e, portanto, ele sente ódio e medo universais, etc., é bobagem. Primeiro porque é óbvio que é o autor que fala na obra, que a obra seja também reflexo psicológico do autor (o que não exclui nem o crítico, no caso o Russel), segundo porque é psicologismo, uma maneira inócua de desqualificar um dito por quem diz – aliás coisa que lamentavelmente Nietzsche mesmo não deixa de fazer.

Por outro lado, nem Nietzsche condena o cristianismo por ser produto do medo, e nem o homem forte desta filosofia é desprovido de empatia, ou se preocupa unicamente com seu próprio poder. O cristianismo, em Nietzsche, possui raiz no ressentimento, e seu homem sabe muito bem o que é empatia e amor, melhor ainda, é acima de tudo alguém que cria, alguém que se preocupa com sua obra.

Eu lamento ver grandes pensadores como o Russel interpretando tão mal certas obras, muitas vezes se comportando como panfletários ignorantes.

A.
"Tolerância" na sociedade moderna é "tolerar tudo aquilo que queremos tolerar" - ou, como gosto de dizer, "não gostar de alguma coisa, mas não ir contra essa coisa". O executivo, branco, classe média alta, bem-sucedido, ele não gosta de gays, não gosta que seu filhinho de 9 anos pergunte porque o Marcos, que mora no 45, anda de mãos dadas com um homem. "Bom, filho", ele responde, "Marcos é diferente".

Entendeu o que carrega essa palavra "diferente" neste contexto?
Para resumir, eu prefiro muitos mais que se diga abertamente "não quero que gays vivam em minha vizinhança" do que ter de ficar contando mentiras e sair por aí como arauto de uma pretensa "tolerância universal", quando, ao mesmo tempo, ligamos para a polícia para denunciar os "drogados", não cumprimentamos o vizinho gay (porque ele é gay), torcemos o nariz quando nossa filhinha patricinha e princesa nos apresenta seu namorado negro, humilhamos a empregada nordestina e quando incitamos para que não votem naquele candidato porque "ele não é um cristão".

Agora, qual é a beleza do mundo? É que existam hindus, budistas, japoneses, americanos, xiitas, africanos, brasileiros, ingleses, mongóis, esquimós, gays, nordestinos, cariocas, paulistas, judeus, muçulmanos - mas quando forçamos todos para que vivam juntos, sem que queiram isso, aí vemos brigas idiotas onde um tenta suplantar o outro através de leis, moral, comportamento, ações que são verdadeiramente intolerantes.

Você quer ser um supremacista racial e fundar uma colônia no Rio Grande do Sul onde existam apenas "arianos" e nenhum negro? Vá em frente e seja feliz? Quer um gueto apenas de gays? Vá em frente e seja feliz. Isso é tolerância, isso é viver - do contrário, só perdemos tempo atacando aos outros.

Eu escrevi tudo isso sem ver o vídeo que você postou, Edson, peço que veja se meu discurso é realmente assim tão condicionado ou se eu falo algo realmente coerente.

Dimas Dion
Acho que o vídeo suscitou impressões malignas em vocÊs. Digo o porque:

Russel usou da interpretação lógica da obra de Nit, acredito que isso tenha sido a origem de sua obviedade nas análises.
Prefiro acreditar que Russel, um ser da era vitoriana ainda. Inglês... Não se permite sujar sua mente com as ideias subversivas de Nit. Para ele tudo tem que ser lógico, higienico e metódico.
Nit foge desse estereótipo acadêmico do sec. XIX...

Russel não pôde aceitar que alguém negasse a fé cristã e misturou ódio com inconformismo cultural. daí vem a interpretação correta de que não passa de psicologismo.

Também posso interpretar Russel como um homem com medo do fim do cristianismo e por ódio de Nit, escolheu não entendê-lo... e por aí vai...

fizeram com Russel o mesmo que fazem com Caetano. Perguntando coisas alienígenas para ele para que as interprete.
Concordo em genero número e grau com Edson e Leandro.

O Allan acrescentou alguns pontos importantes, mas não acredito na segregação proposta.

Pelo contrário, acredito que o conflito de Israel acabará quando inundarmos a região com imigrantes e todas as raças, cores, e crenças....

Aí deixará de ser um Estado laico sionista e os muçulmanos param de encher o saco...

Quanto ao idiota caucasiano;

Branco caucasiano é diferente de raça ariana
Branco latino é diferente dos árabes, mas tiveram muitas invasões de lado a lado, gerando uma massa de italianos e portugueses miscigenados.

O conceito de raça foi pouco a pouco derrubada, após a constatação de que os tipos se tornaram genótipos depois de assimilarem características fenotípicas.

sangue impuro pra mim é sangue de doente... o resto é papo de orgulhosos e vanglórios (Homens que nunca vão se superar pois estão presos no passado. No legado. Não se reinventam na besteira mafiosa de Hitler, Corleone e da família real japonesa).

Russel mostra uma postura preconceituosa quanto a obra de Nit. Narcísico achou feio o que não é espelho.

Ele está errado?

Não!

Como disse o Bruno e o Allan, Russel teceu sua crítica, como fazemos com tudo na vida.

A questão da tolerancia é uma balela hipócrita.
A tolerancia e o "amor ao próximo" foram criados para a preservação da raça humana, senão nos matariamos todos os dias.

Sendo assim, não devemos canonizar a tolerancia com a finalidade de acabar com o preconceito ou conceito negativo adquirido.

Acho que deveria ter sim tolerancia à intolerancia, afinal, a intolerancia é mais um ponto de vista.

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Pelo que percebi de alguns ateus daqui, o ateísmo é mais uma religião.
A crença da raça pura é outra religião

Eu também tenho as minhas religiões não teístas, e tenho preconceitos impublicáveis.

A diferença é que me permito, assim como HEIDGGER, a não transformar essas convicções sociais em interferencias no meu cotidiano, pois não podemos mudar o mundo.

Podemos mudar nossos comportamentos e nos abrir para aprender as coisas boas do outro que não queriamos aceitar e principalmente, mantedo nossa natureza intacta. Não podemos ser esponjas do mundo...

Russel não é capaz disso, mas ainda assim ele conseguiu cumprir seu papel na história da filosofia....

Nietzsche não foi capaz de aceitar a autopiedade cristã, mas soube ser o principal catalisador da era vitoriana para era moderna do pensamento humano.

1 Comments:

Blogger Carmen Regina Dias said...

Estou maravilhada com teu pensamento.
E ainda trouxe Nietzsche para ilustrar a matéria.

E a grande sacada da noite é tua e guardo com carinho: o ateísmo é mais uma religião.

8:10 PM  

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