Acéfalos: agosto 2009

quinta-feira, agosto 27

Madalena Nogueira da Silva 90 anos

Uma homenagem para uma mulher de garra e fibra.

Madalena, escolheu a abnegação para cuidar do seu marido e criar suas filhas. Nasceu, cresceu e morreu sem vaidades e analfabeta.

Ela foi minha mãe e avó.
Me criou desde menino e me ensinou valores para que eu me torna-se um bom homem.

Contava muitas histórias de quando era criança na roça. Entre elas, algumas fantásticas sobre lobisómens e saci pererê.

Viu a popularização do Radio na década de 20. Ainda criança viu pela primeira vez um avião que passou por cima de sua fazenda.

Viu seus irmãos largarem a roça para serem operários. E dessa forma conheceu o que era uma linha de trem, seu irmão Joaquim trabalhava em uma em Pouso Alegre (MG).

Quando seu pai perdeu as terras no jogo, Madalena teve que ir para cidade. São Lourenço foi o destino escolhido e trabalhando no Hotel Brasil conheceu Getúlio Vargas, Carmem Miranda e seu grande amor.

Faustino era um português que adorava cassinos e lá eles se conheceram. Levou Madalena para morar no Rio de Janeiro, depois em Santos e finalmente em São Paulo
Faustino morreu quando suas filhas tinham cerca de 16 anos e após isso Madalena teve que fazer tudo sozinha.

De servente em restaurante, empregada doméstica, até dona de pensão, foi uma longa jornada e viu suas filhas se formarem contabilista e advogada e viu seu neto se formar psicólogo.

Tanto esforço teve um preço alto: a saúde. Faleceu aos 82 anos (em 2002), mas mudou o rumo de uma família fadada a pobreza. Mesmo sem instrução, informação ou educação familiar ela soube discernir o certo do errado e transmitir valores virtuosos.

PARABÉNS PARA ESTA GRANDE MULHER!!!
Te amo vózinha. Descanse em paz