O drible contra a Morte (Parte IV) Reedição
Epílogo
Não era minha intenção falar de política neste tema de "driblar a morte", mas infelizmente escrevo assim, como as coisas me batem.
Talvez seja lembrado assim. Como diz um amigo meu: "Acho interessante seu jeito sincero e ingenuo de falar com a gente".
E é dessa forma que escrevo. É dessa forma que vivo. Talvez eu seja lembrado por isso. Talvez seja lembrado por ser utópico. Por ser nostálgico, como na criação desse site. Por ser um falso rebelde com causas verdadeiras.
Esse site é a prova de que existe reencarnação. É a reedição do jornal punk anarquista chamado "Cagatório Geral" no qual escrevia há 15 anos atrás, e como naquela época, não tem periodicidade certa, quando senta sai.
Ziraldo fez o mesmo quando reeditou o "Pasquim" com o periódico "Bundas" (anti-CARAS): o melhor jornal que tinha nas bancas.
Texto Original (2007)
Já refleti anteriormente sobre a escolha: "Uma Obra, ou um destino humano" em que na maioria das vezes as pessoas em falsa modéstia responde que gostaria de uma destino humano.
Acredito que há pessoas que optam por um destino humano verdadeiramente. Mas o que leva alguém a ser Homem Público?
Homens públicos são perseguidos pela posteridade, Uma Obra. Não há como fugir disso.
Um exemplo clássico é a vida de Itamar Franco. Itamar era o escolhido por Tancredo Neves para ser seu vice na chapa para presidente em 1985. Itamar trancou-se em sua casa por semanas, não atendeu telefonemas de seus partidários pois sentia medo, fugia do centro das atenções. Bom, com isso quem assumiu a presidência foi José Sarney.
Quatro anos depois o mesmo Itamar se aventura na chapa do partido nanico PRN como vice de Collor. Itamar resolveu participar para ganhar favores políticos no Planalto e não necessariamente em busca de poder. Mas eis que a sina lhe perseguiu e se sagrou presidente após o impeachment.
Há aqueles que perseguem a posteridade querendo deixar a marca de seus ideais:
Neste caso coloco o caso de Hitler que seguindo a causa de uma Alemanha Nacional Socialista voltado para seus cidadãos arianos, perpetrou a mais sangrenta das guerras. Marcou seus ideais até a morte.
Há aqueles que perseguem a posteridade por um falso ideal e sucumbem:
O caso de Lula. Perseguiu o imaginário popular de Salvador da Pátria. Seu partido vestiu a batina da ética política. Foi o maior crítico das políticas neo-liberais predadores capitaistas.
Quando após 25 anos de luta, trocam de roupa e vestem a batina do adversário. A posteridade de Lula será: Aquele que era para ser mas acabou sendo muito pior.
Há muitos casos de posteridade que eu poderia descrever aqui mas o que quero dizer é que as vezes as pessoas fantasiam frases para seus túmulos: Grande político, Herói Ariano, Salvador do Povo.
Existe um marca que fica independente de nosso desejo no mundo depois que partimos.
Será que Hitler esperava ser um nome odiado pelo mundo inteiro? Não. Com certeza ele espera acabar a guerra sendo aclamado.
Será que Itamar esperava ser o sustentáculo da democracia no Brasil após o impeachment? Não. Acredito que esperava ser eleito em 1994 como senador e assim continuar até hoje.
Será que Lula esperava transformar a política em algo tão indigesto e acabar com a confiança do povo nas instituições públicas? Com certeza não. Ele acreditava que ninguém vazaria nada e iria se perpetuar no poder por 8 anos sendo sucedido por Zé Dirceu por mais 8 anos.
Seguimos na ilusão de nossos sonhos muitas vezes sem perceber em quem nos transformamos. A idade, o trabalho, as exigências do cotidiano, as mudanças de papeis dentro da família e na sociedade. Talvez isso explique porque Itamar hoje é tão arrogante, porque Hitler se perdeu em sua loucura e porque o poder corrompeu Lula.
Adição (2009)
Nas circunstâncias mais otimistas dos predestinados, temos a história de dois atletas: Lance Armstrong e Ronaldo Nazário (o Fenômeno).
Ronaldo foi apelidado de fenômeno, pela explosão muscular e talento para driblar e colocar a bola na rede como poucos. Mas seu maior feito foi o fenômeno da recuperação. Na Copa de 1998 teve uma convulsão, mas no ano que se seguiu foi eleito o melhor jogador do mundo.
Em 1999 teve a primeira lesão permanente no joelho e todos tinham a carreira dele por terminada. Se recuperou em 6 meses e em 2000 sofreu o rompimento do tendão do joelho e foi novamente decretada sua aposentadoria.
Em 2001 retornou ao futebol e após 6 meses jogando foi convocado para Copa do Mundo, da qual fez o gol da vitória contra a Alemanha na grande final consagrando-se novamente um fenômeno.
Durante os anos que se passaram seu futebol passou a ser mais discreto, mas mesmo assim considerado importante para os clubes em que passou e eis que no início de 2008 é acometido de mais uma lesão no tendão do joelho e sua aposentadoria novamente é decreta por todos, menos por ele.
Um ano depois, Ronaldo volta à cena pelo Corinthians, e com certeza ele aos 17 anos, quando saiu do Cruzeiro para ir para o PSV, ele nunca poderia imaginar os obstáculos que teria que superar. E mostrou ao mundo que ele sempre ressurgirá.
Veja a hstória de Lance Armstrong, que após utilizar anabolizantes contraiu cancer nos testículos, pulmão e cérebro, os médicos lhe deram 50% de chances de sobrevivência quando interrompeu sua carreira de campeão mundial de ciclismo. Nesse momento ele havia vencido 6 vezes a Volta da França, competição mais importante da categoria.
Após 1 ano e meio de tratamento voltou a competir e em 2005 venceu novamente a prova, contrariando as expectativas dos médicos, da imprensa e até dos fãs.
Não era minha intenção falar de política neste tema de "driblar a morte", mas infelizmente escrevo assim, como as coisas me batem.
Talvez seja lembrado assim. Como diz um amigo meu: "Acho interessante seu jeito sincero e ingenuo de falar com a gente".
E é dessa forma que escrevo. É dessa forma que vivo. Talvez eu seja lembrado por isso. Talvez seja lembrado por ser utópico. Por ser nostálgico, como na criação desse site. Por ser um falso rebelde com causas verdadeiras.
Esse site é a prova de que existe reencarnação. É a reedição do jornal punk anarquista chamado "Cagatório Geral" no qual escrevia há 15 anos atrás, e como naquela época, não tem periodicidade certa, quando senta sai.
Ziraldo fez o mesmo quando reeditou o "Pasquim" com o periódico "Bundas" (anti-CARAS): o melhor jornal que tinha nas bancas.
Texto Original (2007)
Já refleti anteriormente sobre a escolha: "Uma Obra, ou um destino humano" em que na maioria das vezes as pessoas em falsa modéstia responde que gostaria de uma destino humano.
Acredito que há pessoas que optam por um destino humano verdadeiramente. Mas o que leva alguém a ser Homem Público?
Homens públicos são perseguidos pela posteridade, Uma Obra. Não há como fugir disso.
Um exemplo clássico é a vida de Itamar Franco. Itamar era o escolhido por Tancredo Neves para ser seu vice na chapa para presidente em 1985. Itamar trancou-se em sua casa por semanas, não atendeu telefonemas de seus partidários pois sentia medo, fugia do centro das atenções. Bom, com isso quem assumiu a presidência foi José Sarney.
Quatro anos depois o mesmo Itamar se aventura na chapa do partido nanico PRN como vice de Collor. Itamar resolveu participar para ganhar favores políticos no Planalto e não necessariamente em busca de poder. Mas eis que a sina lhe perseguiu e se sagrou presidente após o impeachment.
Há aqueles que perseguem a posteridade querendo deixar a marca de seus ideais:
Neste caso coloco o caso de Hitler que seguindo a causa de uma Alemanha Nacional Socialista voltado para seus cidadãos arianos, perpetrou a mais sangrenta das guerras. Marcou seus ideais até a morte.
Há aqueles que perseguem a posteridade por um falso ideal e sucumbem:
O caso de Lula. Perseguiu o imaginário popular de Salvador da Pátria. Seu partido vestiu a batina da ética política. Foi o maior crítico das políticas neo-liberais predadores capitaistas.
Quando após 25 anos de luta, trocam de roupa e vestem a batina do adversário. A posteridade de Lula será: Aquele que era para ser mas acabou sendo muito pior.
Há muitos casos de posteridade que eu poderia descrever aqui mas o que quero dizer é que as vezes as pessoas fantasiam frases para seus túmulos: Grande político, Herói Ariano, Salvador do Povo.
Existe um marca que fica independente de nosso desejo no mundo depois que partimos.
Será que Hitler esperava ser um nome odiado pelo mundo inteiro? Não. Com certeza ele espera acabar a guerra sendo aclamado.
Será que Itamar esperava ser o sustentáculo da democracia no Brasil após o impeachment? Não. Acredito que esperava ser eleito em 1994 como senador e assim continuar até hoje.
Será que Lula esperava transformar a política em algo tão indigesto e acabar com a confiança do povo nas instituições públicas? Com certeza não. Ele acreditava que ninguém vazaria nada e iria se perpetuar no poder por 8 anos sendo sucedido por Zé Dirceu por mais 8 anos.
Seguimos na ilusão de nossos sonhos muitas vezes sem perceber em quem nos transformamos. A idade, o trabalho, as exigências do cotidiano, as mudanças de papeis dentro da família e na sociedade. Talvez isso explique porque Itamar hoje é tão arrogante, porque Hitler se perdeu em sua loucura e porque o poder corrompeu Lula.
Adição (2009)
Nas circunstâncias mais otimistas dos predestinados, temos a história de dois atletas: Lance Armstrong e Ronaldo Nazário (o Fenômeno).
Ronaldo foi apelidado de fenômeno, pela explosão muscular e talento para driblar e colocar a bola na rede como poucos. Mas seu maior feito foi o fenômeno da recuperação. Na Copa de 1998 teve uma convulsão, mas no ano que se seguiu foi eleito o melhor jogador do mundo.
Em 1999 teve a primeira lesão permanente no joelho e todos tinham a carreira dele por terminada. Se recuperou em 6 meses e em 2000 sofreu o rompimento do tendão do joelho e foi novamente decretada sua aposentadoria.
Em 2001 retornou ao futebol e após 6 meses jogando foi convocado para Copa do Mundo, da qual fez o gol da vitória contra a Alemanha na grande final consagrando-se novamente um fenômeno.
Durante os anos que se passaram seu futebol passou a ser mais discreto, mas mesmo assim considerado importante para os clubes em que passou e eis que no início de 2008 é acometido de mais uma lesão no tendão do joelho e sua aposentadoria novamente é decreta por todos, menos por ele.
Um ano depois, Ronaldo volta à cena pelo Corinthians, e com certeza ele aos 17 anos, quando saiu do Cruzeiro para ir para o PSV, ele nunca poderia imaginar os obstáculos que teria que superar. E mostrou ao mundo que ele sempre ressurgirá.
Veja a hstória de Lance Armstrong, que após utilizar anabolizantes contraiu cancer nos testículos, pulmão e cérebro, os médicos lhe deram 50% de chances de sobrevivência quando interrompeu sua carreira de campeão mundial de ciclismo. Nesse momento ele havia vencido 6 vezes a Volta da França, competição mais importante da categoria.
Após 1 ano e meio de tratamento voltou a competir e em 2005 venceu novamente a prova, contrariando as expectativas dos médicos, da imprensa e até dos fãs.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home