Acéfalos: O drible contra a Morte (Parte II)

sexta-feira, fevereiro 20

O drible contra a Morte (Parte II)

A ciência pouco a pouco cria novas formas de manter nossa longevidade e a cultura em geral vem demonstrando na ficção científica o desejo de que isso se torne cada vez mais verdadeiro.

Vai chegar um dia em que ninguém mais vai precisar morrer. O que dizer disso?

A morte será um escolha do ser humano, assim como viajar, fazer um curso... O mais interessante é que não adianta ser imortal (ser Highlander) se a humanidade não evolui.

O que chamo de evolução está estritamente ligado ao sintoma cultural de nossa época. A cultura tenta se reinventar (na música, artes plásticas, literatura) mas o que fica para a massa é a mediocridade cada vez mais rasa.

Existem vários criadores notáveis em nossa época, porém estão marginalizados (em um nicho de intelectais que se sentem no alto do Monte Parnaso e acima de tudo).

Mas como falei, trata-se de um sintoma. A massa quer a mediocridade cultural; a cultura que está cada vez mais pasteurizada demonstrando os mesmos sinais na essencia da massa.

As pessoas estão cada vez mais modeladas, seguindo padrões pré estabelecidos por formadores de opinião mediocres, e por algum motivo de inconsciente coletivo é isso que as pessoas querem.

Estamos num mundo acomodado com o fácil, o simples e o imediato. Estamos num mundo que esquece da História e da importancia coletiva (não digo revolução, mas celebrações cívicas e até familiares).

Juntamente com a ferramenta que estou usando (internet) o mundo se pasteuriza. As pessoas ficam na sede de informação, mas de qualquer informação, e quanto mais curta for a manchete melhor.

E assim o exercício da reflexão morre.
Então para que ser eterno. Para que viver para sempre se vamos continuar acomodados a sermos medíocres palhaços sem graça, pobres de espírito, parasitas do Estado (esperando o salário família)

Para que viver para sempre? Para eternamente ouvir Carlinhos Brown, funk pornô e pagodinho e sertanejo de corno? Para ler Analfabetos da literatura e Zibia Gaspareto? Se a humanidade estivesse cada vez ficando mais erudita, talvez valesse a pena. Mas o que vemos é a humanidade criar subproduto da m... da mosca da m... do cavalo do bandido.

O que me move na vida é melhorar o mundo. Se não posso melhorar o mundo vou melhorar minha casa, minha família, melhorar o ambiente de trabalho, melhorar meus amigos. Quem sabe se eu for eterno consigo melhorar mais coisas.

Mas veja: algo me move.
E quanto a você: algo te move?