Acéfalos: O fim da fraternidade

sexta-feira, agosto 18

O fim da fraternidade

Muitos colunistas vêm tratando as mudanças sofridas no mundo de forma alarmista, digamos conservadora. Utilizando desta um meio de manter o status quo do mundo conforme o modelo vitoriano do século XIX.

Na maioria das vezes, essas pessoas dizem que no passado tudo era melhor, a qualidade de vida, as relações humanas, o meio ambiente, etc.
A verdade é que elas só olham para trás e se esquecem dos defeitos do passado.
Imagine-se sem vaso satinário, sem banho quente. Não existia escova de dentes.
O acesso a meios de transporte era escasso e uma viagem até Santos durava 5 horas (não que esse ítem tenha mudade nos dias de feriado). Não haviam vacinas para uma série de doenças. A expectativa de vida era de 50 anos. Não havia rádio, TV, computador, liberdade de expressão, crediário, etc.

Mas meu objetivo vai além de listar todos esses milagres da tecnologia e do conforto dos tempos modernos. Quero abordar o sentimento de fraternidade.

No passado, esse sentimento era comum e alimentado por todos. A igreja, na ocasião, sempre foi a maior incentivadora usando o discurso que somente pela fraternidade se pode chegar ao céu.

O termo fraternidade é definido como solidariedade de irmãos e o amor ao próximo. Com isso além do caminho da caridade (que é um gesto paradoxalmente fraterno e egoísta*), a fraternidade ganhou força nos grupos de interesse comum no passado como Fraternidade Branca, Fraternidade Rosacruz, Ku Klux Klan; Maçonaria, etc.
Hoje em dia também temos fraternidades: tribos culturais, times de futebol, orkut, etc.

O que os intelectualóides tentam impôr em seus textos é que devemos retroceder à época passada onde tudo era bom.
Mas era bom? Vejam, a sociedade sempre foi egoísta, se antes a caridade era praticada estritamente pela igreja, hoje existem Ongs, Criança Esperança, TeleTon, Casas André Luiz.

Se tudo evoluiu, é claro que Mau também evoluiu, antes nos assaltávamos com navalha, hoje, com pistola automática.

O importante é que a natureza humana é fraternal. Se não fosse assim, não haveriam tantas tribos, tantos grupos organizados em torno de um tema ou internet. Porém a origem da fraternidade está na realização de desejos egoístas.

A sociedade evolui conforme o tempo e as necessidades, com todas as qualidades e defeitos. Entendo que a exigência que temos para viver hoje é muito grande: como disse um amigo: estar vivo, estar atualizado nas posses que tem, ser belo e amar.

E apesar dele estar certo quanto ao fato que as pessoas esqueceram que é necessário fazer o outro feliz para ser feliz. Também acredito que a humanidade nunca foi assim.

*Caridade: É a ação de ajudar ao próximo através de gestos e palavras sem a necessidade de reconhecimento público. O que move o ser humano à caridade é a sensação de ser bom. É um sentimento egoísta em que a possoa sente-se superior aos outros por ser caridosa. Ela se tem a sensação de se aproximar dos santos pela nobreza do ato praticado. Esse padrão ocorre com ou sem reconhecimento público.

Diferente do Altruísmo que é a abnegação de si em prol dos outros com intenção de se interessar pelo próximo. Na caridade, não necessáriamente é preciso se interessar por quem você dá uma esmola, pois o que conta é o gesto e não o necessitado.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

em primeiro lugar - é Senhor Intelectualódie, exijo respeito!!!! hahaha... No restante, nada a declrar, a não ser (pra variar) parabenizar. Abraços.

9:10 AM  

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