Acéfalos: O drible contra a Morte (Parte IV)

segunda-feira, abril 24

O drible contra a Morte (Parte IV)

Epílogo
Não era minha intenção falar de política neste tema de "driblar a morte", mas infelizmente escrevo assim, como as coisas me batem.
Talvez seja lembrado assim. Como diz um amigo meu: "Acho interessante seu jeito sincero e ingenuo de falar com a gente".
E é dessa forma que escrevo. É dessa forma que vivo. Talvez eu seja lembrado por isso. Talvez seja lembrado por ser utópico. Por ser nostálgico, como na criação desse site. Por ser um falso rebelde com causas verdadeiras. Talvez seja lembrado por ser psicólogo, ou filósofo, ou músico, ou chefe de seção, ou apenas um pai de família que tenta ser feliz.

Esse site é a prova de que existe reencarnação. É a reedição do jornal punk anarquista chamado "Cagatório Geral" no qual escrevia há 15 anos atrás, e como naquela época, não tem periodicidade certa, quando senta sai.
Ziraldo fez o mesmo quando reeditou o "Pasquim": o melhor jornal que tinha nas bancas.

Texto
Já refletido anteriormente sobre a escolha: "Uma Obra, ou um destino humano" em que na maioria das vezes as pessoas em falsa modéstia responde que gostaria de uma destino humano.
Acredito que há pessoas que optam por um destino humano verdadeiramente. Mas o que leva alguém a ser Homem Público?

Homens públicos são perseguidos pela posteridade, Uma Obra. Não há como fugir disso.
Um exemplo clássico é a vida de Itamar Franco. Itamar era o escolhido por Tancredo Neves para ser seu vice na chapa para presidente em 1985. Itamar trancou-se em sua casa por semanas, não atendeu telefonemas de seus partidários pois sentia medo, fugia do centro das atenções. Bom, com isso quem assumiu a presidência foi José Sarney.
Quatro anos depois o mesmo Itamar se aventura na chapa do partido nanico PRN como vice de Collor. Itamar resolveu participar para ganhar favores políticos no Planalto e não necessariamente em busca de poder. Mas eis que a sina lhe perseguiu e se sagrou presidente após o impeachment.

Há aqueles que perseguem a posteridade querendo deixar a marca de seus ideais:
Neste caso coloco o caso de Hitler que seguindo a causa de uma Alemanha Nacional Socialista voltado para seus cidadãos arianos, perpetrou a mais sangrenta das guerras. Marcou seus ideais até a morte.

Há aqueles que perseguem a posteridade por um falso ideal e sucumbem:
O caso de Lula. Perseguiu o imaginário popular de Salvador da Pátria. Seu partido vestiu a batina da ética política. Foi o maior crítico das políticas neo-liberais predadores capitaistas.
Quando após 25 anos de luta, trocam de roupa e vestem a batina do adversário. A posteridade de Lula será: Aquele que era para ser mas acabou sendo muito pior.

Há muitos casos de posteridade que eu poderia descrever aqui mas o que quero dizer é que as vezes as pessoas fantasiam frases para seus túmulos: Grande político, Herói Ariano, Salvador do Povo.

Existe um marca que fica independente de nosso desejo no mundo depois que partimos.

Será que Hitler esperava ser um nome odiado pelo mundo inteiro? Não. Com certeza ele espera acabar a guerra sendo aclamado.

Será que Itamar esperava ser o sustentáculo da democracia no Brasil após o impeachment? Não. Acredito que esperava ser eleito em 1994 como senador e assim continuar até hoje.

Será que Lula esperava transformar a política em algo tão indigesto e acabar com a confiança do povo nas instituições públicas? Com certeza não. Ele acreditava que ninguém vazaria nada e iria se perpetuar no poder por 8 anos sendo sucedido por Zé Dirceu por mais 8 anos.

Seguimos na ilusão de nossos sonhos muitas vezes sem perceber em quem nos transformamos. A idade, o trabalho, as exigências do cotidiano, as mudanças de papeis dentro da família e na sociedade. Talvez isso explique porque Itamar hoje é tão arrogante, porque Hitler se perdeu em sua loucura e porque o poder corrompeu Lula.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

lingua portuguesa


hohohoho.....muito show seu blog...vc escreve muito bem

valew!!!

8:25 AM  
Anonymous Anônimo said...

... pelo que vc andou escrevendo sobre a cleptocracia eu pensei que vc era um caso perdido.... hehehehehehe
esse texto ficou muito bom, tal qual as outras 3 partes....

4:33 PM  

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